
Um jovem estudante passeando, uma noite, pelas ruas de Paris, entrou por acaso numa igreja. Não era incrédulo nem tampouco fervoroso. De pé, sem ter a intenção de rezar, distraía-se em observar os que se achavam no templo: mulheres, meninos, alguns trabalhadores e meia dúzia de soldados vindos, com certeza, horas antes, das aldeias mais próximas.
De repete, viu, do outro lado, um homem ajoelhado em atitude reverente.
Eis ali um religioso ¾ murmurou o estudante ¾ que parece ser pessoa de tratamento e elevada distinção. Como teria vindo parar aqui, a rezar com esse povo? Vamos observá-lo mais de perto.
O jovem encaminhou-se discretamente para lá e aproximou-se do homem que orava.
¾ É incrível! ¾ exclamou, tomado de vivo espanto. ¾ É o professor Ampère!
Era ele realmente, o maior gênio da Escola Politécnica de Paris, o fundador da eletricidade dinâmica, André Maria Ampère, que ali, humilde como uma criança, estava orando aos pés do altar.
¾ Se um homem notável como este ¾ disse o estudante ¾ o maior sábio do mundo, não se sente diminuído ou envergonhado ao demonstrar a grandeza da sua fé, não vejo mais motivo algum para conservar o meu espírito envenenado pelo respeito humano!
Desse dia em diante, o rapazinho alterou, por completo, o rumo de sua vida. Passou a freqüentar a Igreja e a orar com devoção junto aos altares.
Esse estudante, que o exemplo do sábio levara ao caminho da salvação, veio a ser o grande Antônio Frederico Ozanam, fundador das Conferências de São Vicente de Paulo (Vicentinos), beatificado pelo Papa João Paulo II.
(Paz e Bem, maio-junho/2007 – pg. 13)
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