UMA MEDITAÇÃO MODERNA


Uma imensa multidão, espalhada pelo mundo inteiro, reza diariamente o TERÇO. Só Deus é que sabe quantas pessoas se salvaram a si mesmas ou a outras (quantas mães a seus filhos...), quantos doentes encontraram consolo e força, quantos Santos dos tempos modernos se comunicaram com Deus pela oração do ROSÁRIO.
É uma das orações mais antigas e ao mesmo tempo mais modernas, porque, no meio de uma vida corrida, barulhenta e inconstante, o Terço apresenta uma possibilidade de parar, fazer uma “higiene mental’, meditar sobre os fatos principais da nossa fé.
O terço não surgiu de uma vez, mas é fruto de um longo processo evolutivo. No primeiro milênio da era cristã, muitos cristãos usavam os 150 salmos da Bíblia em suas orações diárias. Como muita gente não sabia ler, surgiu na Irlanda o costume de rezar 150 Pai-Nossos, que eram contados separando-se 150 pedrinhas de um cordão. Com o tempo, foi-se substituindo o Pai-Nosso pela oração da Ave-Maria. Por volta do século XIII, surgiu um saltério popular composto de 150 louvores a Maria, chamado de rosarium, isto é, buquê de rosas. Em 1365, um monge, Henrique Kalkar, agrupou as 150 Ave-Marias em grupos de 10, intercalando-os com um Pai-Nosso. Em 1409, o monge Dominique compôs uma obra com 150 pensamentos sobre a vida de Jesus e de Maria, para ser meditado durante a reza de 50 Ave-Marias. Em 1470, o frei dominicano Alan de Rupe propôs um pensamento para cada Ave-Maria e fundou a primeira Irmandade do Rosário, que propagou a devoção do Rosário de Maria por todo o Ocidente. Para ajudar na contemplação, foram feitas 15 gravuras sobre os mistérios da vida de Jesus e de Maria.
Em 1569, o Papa Pio V definiu o Rosário como o temos hoje, dividido em três partes (mistérios gozosos, mistérios dolorosos e mistérios gloriosos), daí o nome “Terço”, ou seja, a terça parte do Rosário.
São muitos os aspectos do Rosário que precisam ser resgatados para melhor compreendê-lo e valorizá-lo. Ele possui uma face bíblica, cristológica. Também o aspecto eclesial se faz presente, pois meditamos a criação da Igreja de Cristo. É uma oração catequética, pois nos mostra como cultiva, em nosso dia a dia, as atitudes de Maria diante da vontade de Deus.
Além desses aspectos, a oração do Rosário é “geradora de todos os bens, porque é uma oração humilde e elevada; simples e profunda; breve e completa; bela e suave; de fácil compreensão pelos cultos e não cultos; capaz de satisfazer as exigências dos grandes e dos pequenos; e, enfim, escola de virtude para todos” (Pe. Valério Alberton).
Em 1982, durante sua visita a Fátima, Portugal, o Papa João Paulo II falou à multidão ali reunida: “Querem que eu lhes ensine um segredo para conservar a fé? É simples e não tem segredo: rezem, rezem muito. Rezem o Rosário todos os dias...”
Quem segue este conselho do Papa, certamente aproveita bem o tempo e faz um imenso bem a si mesmo, aos pobres, ao mundo...

Dom Werner Siebenbrock, Bispo de Nova Iguaçu - RJ

Um comentário:

Unknown disse...

Faço o rosário regularmente. É muito interesante as explicações aqui apresentadas.